Sobre o livro
A primeira aventura literária de Rodrigo Maciel Meloni condensa em um conto a ideia de que todo mundo é um grande babaca. Esse não é o caso de Diego Herculano, personagem principal da estória contada nesse pocket book. Para se tornar um babaca, Diego teria que evoluir muito. Pior espécie de ser humano, Herculano causa amor e ódio naqueles que embarcam em suas opacas aventuras.
Fraco, pequeno, hostil, azarado, pobre, pobre, muito pobre. Um homem de poucas palavras e poucas ações. De pouco tudo, Diego passa quase que imperceptível pelo mundo. Até que descobre uma mulher, essa força da natureza que a tudo encanta e que destrói todos os homens de pouca fé em Gaia. O que o autor pretende com esse encontro fica a critério do leitor, que ora vê em Diego um protozoário digno de pena, ora o espelho de todo ser humano que pouca ou nenhuma chance teve de ser quem poderia ter sido.
A personagem principal do livro instiga no leitor um reconhecimento de suas ações, seja em suas fraquezas, seja na sua humanidade. Apesar da pouca experiência literária, Meloni se mostra audaz em buscar uma escrita referenciada em nomes como E. E. Cummings, apesar de sua obra não fazer menção as do autor reverenciado.
Um aperto de sentido ali, um afrouxamento nos sentidos acolá, e pronto, você tem em mãos um livro que brinca com os sentidos de quem pouca se importa com finais felizes. “Coitado dos homens cujos desejos dependem” é um pouco de amor, mas é um muito de desistência, também.
Rodrigo Maciel Meloni é jornalista, contribui com a comunicação da Aliança Nacional LGBTQI e lançou seu primeiro livro, Coitado do homem cujos desejos dependem, pelo Arcada em 2018.