Você derrubou coisas pelo caminho

Júlio Custódio

Sobre o livro

Como se inicia o vento

Não é completamente possível determinar a data exata que registra o nascimento de “Você derrubou coisas pelo caminho” (Arcada, 2018), o primeiro livro de Júlio Custódio. São poesias. Mas a publicação vem rolando pela cabeça dele há vários anos, sempre ameaçando materializar-se.

Formado em filosofia pela UFMT e doutorando nisso pela UFRJ, o autor tem uma busca multidisciplinar em relação à linguagem, distribuindo seu tempo também entre o piano e a composição, Júlio vem assim derrubando coisas pelo caminho faz horas, e toda essa mistura fermentou por dez anos até deixar claro que o gênero ideal para tal obra seria o verso.

Para tal obra, tentou antes a ficção uma ou duas vezes, ensaiou o ensaio… nada feito. Após quase perder-se na eternidade dos engavetamentos escritos, derrubou! Foi quando se uniu a mais três amigos e as letras que se espatifavam, viraram um colossal formigueiro. E eis a sua poesia que com “nada se parece”, segundo a avidez leitora de um de seus parceiros do selo Arcada, solidificando-se como livro em 2018.

A completude da obra inaugural deste autor divide-se em dois livros acoplados na publicação. Inicia-se num prefácio anunciado através de um passeio matinal, que resulta nas coisas que caem pelo caminho, cujo tema perpassa por todo o livro um.

O livro dois é dedicado aos acadêmicos e abre-se com o poeta vestido de humano, exalando uma canção à próxima filosofia. Um lugar onde o poeta se depara com transeuntes levando seus espíritos para passear, da mesma forma que define a sorte das plantas é lançar sementes em busca de séculos futuros.

O posfácio fecha com o autor declarando que cada madrugada tem seu vento, e cabe aqui um parêntese: (até mais e obrigado / por todos os postes na rua).

 

Sim, há pistas e pegadas da poesia de Custódio nesta apresentação. Cabe aos leitores segui-las!.

 

Júlio Custódio, mineiro de 1983, migrou para Cuiabá jovem, onde trabalhou com música, computador e filosofia. Lançou o primeiro livro de poesia em 2018 (Arcada). Cortiço Capivara é sua inauguração no mundo dos contos.